sábado, 17 de setembro de 2011

Nas Montanhas da Loucura

Nas montanhas da loucura (1931) chegou a ser considerada pelo autor a sua melhor história.
Depois do cancelamento do projeto do filme, que seria dirigido por Del Toro, a editora Hedra lança este livro essencial.
Narrada pelo sobrevivente de uma malfadada expedição a pontos ainda inexplorados no Polo Sul, a história se apresenta sob a forma de um alerta quanto aos perigos de desbravar os recônditos isolados da Terra, que sob a brancura do manto glacial ocultam os mais negros horrores ancestrais. O volume traz um apêndice com as anotações feitas por Lovecraft para a composição da novela, uma carta escrita ao correspondente Frank Belknap Long em que discute a transição do horror sobrenatural para a ficção científica e uma tradução em verso do soneto “Antarktos”, que antecipou diversos temas presentes em Nas montanhas da loucura. Howard Phillips Lovecraft (Providence, 1890-- id., 1937) demonstra desde a infância grande interesse pelas artes e pelas ciências e torna-se um leitor precoce. Aos dois anos, vive o trauma de ter o pai internado em um manicômio onde permaneceria até morrer cinco anos mais tarde. Lovecraft segue morando com a família, porém a mãe jamais se recupera da perda e começa a sofrer com distúrbios mentais que afetam profundamente sua relação com o filho, criando laços doentios entre os dois. Após uma crise nervosa em 1908, quando ainda estava em idade escolar, Lovecraft abandona para sempre os estudos e passa a levar uma existência reclusa até que, em 1914, descobre o jornalismo amador. 

A partir de então, começa a publicar contos de horror e a escrever artigos variados em um número considerável de periódicos, bem como a dedicar-se à vasta correspondência que manteria ao longo de toda a vida. Depois de perder a mãe em 1921 e de casar em 1924, passa uma temporada de penúria em New York; esta, somada ao fracasso de seu casamento, obriga-o a voltar para a casa de suas tias em Providence. Mesmo sem nunca ter alcançado a fama em vida, foi por essa época que Lovecraft escreveu alguns dos contos e novelas responsáveis por seu renome atual, como “O chamado de Cthulhu” e O caso de Charles Dexter Ward. A partir de então, aproxima-se da ficção científica em obras como A cor que caiu do céu, Um sussurro nas trevas e A sombra fora do tempo. Morreu em 1937, vítima de câncer do intestino. Guilherme da Silva Braga é tradutor literário, licenciado em Letras (português-inglês) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestrando em Literatura Comparada por essa mesma universidade. Traduziu obras de Henry James, Joseph Conrad, Truman Capote, Jack Kerouac e vários outros autores clássicos e modernos, bem como o volume de crítica literária A arte da ficção, de David Lodge. Para a coleção de bolso da Hedra, organizou e traduziu O gato preto e outros contos, de Edgar Allan Poe, O chamado de Cthulhu e outros contos, A sombra de Innsmouth e Um sussurro nas trevas, de H.P.Lovecraft, Senhorita Júlia e outras peças, de August Strindberg e Flossie, a Vênus de quinze anos, romance pornográfico atribuído a Algernon Charles Swinburne.  



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