quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lost e a A Invenção de Morel

"O mundo atribui seus infortúnios às conspirações e maquinações de grandes vilões. Creio que se subestima a estupidez."
Adolfo Bioy Casares
Quando uma obra atinge um grande sucesso de público é normal os fãs procurarem as suas influências. Além de outras séries de tv, Lost tem atraido a atenção de seus fãs sobre diversas obras literárias. Umas delas merece destaque. Tratasse do livro A Invenção de Morel uma novela escrita em 1940 pelo argentino Adolfo Bioy Casares. A obra foi descrita por Jorge Luis Borges como "perfeita".
Tietagem a parte do conterrâneo, é sem dúvida uma obra que merece ser lida.
livro conta a história de um homem que, condenado por motivos políticos, foge para uma ilha deserta do Pacífico, foco de uma epidemia letal. Lá se depara com habitantes misteriosos e um enigma que, Após alguns dias, depara-se com pessoas que nadam em piscinas cheias de cobras e sapos, usam roupas pesadas em dias quentes e, sobretudo, ignoram a sua presença. Ele não sabe como elas chegaram lá e nota que seus modos são anacrônicos e seu cotidiano, repetitivo. Atordoado, a princípio evita as pessoas, mas a paixão que brota por uma das visitantes da ilha o leva a quebrar o isolamento. Aos poucos se aproxima dela e de seu mundo e descobre que se chama Faustine. Tenta falar-lhe, mas ela não o ouve, nem o vê. Instigado pelo desejo, ele busca nas entranhas do lugar alguma explicação para o alheamento de Faustine.Atormentado pela sua desconfiança e pela insinuação de uma paixão que, ao longo do romance, ganhará ares trágicos e incontornáveis, o narrador vê-se colocado diante de questões morais e filosóficas que, distanciando-se do terreno simplesmente teórico, terão peso fundamental no desfecho da sua estada na ilha.

Sobre o Autor
Escritor argentino de renome, Adolfo Bioy Casares nasceu a 15 de Setembro de 1914, em Buenos Aires.
Os enredos deste escritor são povoados por elementos fantásticos que possuem sua própria coerência, a qual se traduz por uma espécie de realismo que muito se assemelha à verdade. Suas narrativas criativas, bem elaboradas, centradas na temática do amor e nas tramas policiais, apoiadas por um discurso precioso, aliam-se para justificar o prestígio de Bioy Casares, que vem crescendo nos últimos tempos. Muitas destas histórias foram transpostas para as telas dos cinemas.
Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares foram conterrâneos, contemporâneos e amigos. E íntimos a ponto de protagonizarem uma façanha rara, talvez inédita, na literatura de ficção: escreveram a quatro mãos nada menos do que seis livros, quase todos contendo as histórias detetivescas assinadas sob o pseudônimo de H. Bustos Domecq.
Bioy Casares morre em sua cidade natal, Buenos Aires, em 1999, com 84 anos de idade, vítima de vários problemas provocados por sua idade já avançada. Quanto à morte, o escritor sempre afirmou temê-la e nunca desejou partir.





Nenhum comentário:

Postar um comentário