
No Brasil existem 440 fabricantes de brinquedos que detêm menos da metade do mercado nacional. O restante foi abocanhado por 280 importadores, especialmente chineses.
A fusão está sendo estudada pela Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Deve envolver sete grandes empresas que, juntas, terão faturamento de R$ 250 milhões e uma fatia de 40% do mercado nacional. O presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, garante que o processo está prestes a ser concluído e que a documentação deve ser encaminhada para avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em três meses. Mas os empresários do setor não são tão otimistas. Para eles, a fusão não deve sair antes de um ano por causa do próprio perfil das empresas. Exceto a Estrela, todas as outras fabricantes são de capital fechado, o que dificulta as negociações porque as contas não são auditadas.
Os nomes das empresas envolvidas no acordo não foram divulgados. Costa disse apenas que são de um mesmo segmento e complementares. Entre as maiores fabricantes de brinquedos do País estão Bandeirantes, Gulliver, Grow, Estrela e Líder. Como não existem estatísticas confiáveis no setor, a Abrinq não divulga o ranking com a participação das companhias
"Nosso maior problema é o custo da cadeia produtiva do brinquedo. A competitividade é afetada pelo câmbio e até pela política trabalhista brasileira que não respeita a sazonalidade", disse Tilkian. Em 2009, a Estrela calcula ter faturado cerca de 15% a mais que no ano anterior, quando as vendas chegaram a R$ 108 milhões.
As propostas para a fusão já foram apresentadas ao Ministério da Indústria e Comércio, acompanhadas de uma série de reivindicações, como redução de carga tributária sobre os produtos e limitação da entrada de importados. "Só assim vamos ampliar nosso poder de negociação e ganhar escala econômica", disse Costa. Segundo ele, a associação conversa sobre a fusão também com investidores americanos e chineses, que entrariam como sócios da nova empresa. "Estudamos até a possibilidade de fabricar cerca de 20% dos produtos na China." Em 2009, a produção nacional de brinquedos movimentou R$ 4,4 bilhões. Em 2010, o faturamento deve alcançar os R$ 5 bilhões, segundo a Abrinq.
Por : Naiana Oscar, para o Jornal “ O Estado de São Paulo”, edição de 07/4/2010
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