quarta-feira, 19 de maio de 2010

Zahra’s Paradise

Então um escritor persa, um artista árabe e um editor judeu entram na sala…
Parece o início de uma piada de mau gosto. Na verdade, é algo como o início dessa incomum aventura editorial, a primeira desse tipo. Aqui, para sua leitura, temos uma webcomic em inglês, farsi, árabe, francês, italiano, espanhol, holandês e português – e ainda outros idiomas serão disponibilizadas em breve. A First Second Books orgulhosamente apresenta Zahra’s Paradise de Amir e Khalil, junto com a Casterman nas versões em francês e holandês, Rizzoli Lizard na versão italiana, Norma Editorial na versão em espanhol, e LeYa e Barba Negra na versão em português.
Tudo se passa no Irã depois das fraudulentas eleições de 2009. Zahra’s Paradise é a história ficcional da procura por Mehdi, um jovem ativista que desaparece nos gulags da República do Islâmica. Mehdi desapareceu na sombria zona extrajudicial onde não existem hábeas corpus e o que impede que sua memória seja apagada não é a lei, mas a resolução e a coragem de uma mãe que se recusa a desistir de seu filho e a tenacidade de um irmão – um blogueiro – que une cultura e tecnologia para explorar e expressar o sentimento de ausência: o vazio que Mehdi deixou em sua vida.
Zahra’s Paradise combina pessoas e eventos reais. Enquanto o mundo testemunha o que não mais pode ser ignorado em vídeos no YouTube, no Twitter e em blogs, surge essa história e ela precisa ser contada.
O autor Amir tem decendência iraniana e americana e é ativista de direitos humanos, jornalista e documentarista. Ele viveu e trabalhou nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Afeganistão. Seus ensaios e artigos apareceram amplamente na imprensa. O trabalho de Khalil como artista foi muito reconhecido. Ele faz escultura e cerâmica e, desde muito jovem, também trabalha com quadrinhos. Zahra’s Paradise é sua primeira graphic novel.
Amir and Khalil tinham o desejo de trabalhar juntos há muito tempo, mas Zahra’s Paradise uniu seus talentos como se eles tivessem se preparado para isso a vida toda – e serviu de ferramenta para responderem à grande questão de seu tempo.
Os autores escolheram o anonimato por razões políticas óbvias.




Publicado originalmente em Zahra's Paradise

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