Em vez de ser derrotado, estaqueado e decapitado por Van Helsing e seus aliados, Drácula vence seu arquinimigo, casa-se com a rainha Vitória, a quem transforma em vampira, e torna-se o Príncipe Consorte, instaurando vampiros nos postos-chave do governo e instituindo uma distopia vampiresca na Inglaterra vitoriana.
A cabeça decapitada de Van Helsing fica exposta em frente ao Palácio de Buckingham, numa advertência muda mas eloquente aos opositores do novo regime. Isto é, aqueles que não foram mandados para campos de concentração.
A sociedade se divide em quentes (vivos), renascidos (vampiros recém-convertidos) e anciãos (vampiros antigos, de plena posse de seus poderes). Ser transformado num morto-vivo deixa de ser uma maldição e torna-se o bilhete de ingresso numa nova forma de aristocracia. Prostitutas se especializam em vender seu sangue e, à custa de serem mordidas vez após vez, eventualmente também acabam se transformando em um tipo degenerado de vampiros, quando passam a oferecer seus
serviços a qualquer um que queira, senão a imortalidade, pelo menos a honra de ostentar caninos pontiagudos e a distinção de se alimentar de sangue.
É quando um misterioso serial killer, que a imprensa apelida de Faca de Prata, começa a assassinar as prostitutas de Whitechapel. No mundo ficcional construído por Newman, Faca de Prata é o equivalente de Jack, o Estripador, mas com uma pequena, porém fundamental distinção: suas vítimas são todas vampiras.
Kim Newman em entrevista com Neil Gaiman |
Um destaque especial vai para Lorde Ruthven, de The Vampyre. Publicado originamente em 1819 e concebido por John Polidori durante o mesmo fim-de-semana em Genebra que deu ao mundo o Frankenstein de Mary Shelley, Lorde Ruthven é um dos primeiros vampiros da literatura. No universo ficcional de Anno Dracula, ele se torna uma figura-chave da nova ordem criada pelo Príncipe Consorte.
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