quinta-feira, 21 de julho de 2011

The Sword of The Truth

Mundo de Fantasia, Mulheres, Magia e Razão!
A literatura da fantasia é sempre cheia de coisas atraentes, obscuras e desconhecidas. Para aqueles que gostam do gênero, seja porque jogam RPG, curtem metal ou simplesmente gostam de filmes épicos, é na literatura de fantasia que encontramos universos fabulosos
e distintos – é claro, os elementos centrais (magia, dragões, e muita porrada com espadas!) estão presentes em todas elas – e as obras de fantasia surgiram (e surgem) em todos os momentos.
De Tolkien a R.R. Martin, As obras literárias voltadas para a fantasia arraigaram milhões de fãs no mundo inteiro. Mesmo com seus elementos centrais bem estabelecidos, são nos detalhes que tais obras se diferenciam... E esse é o caso de The Sword of Truth.
Com o primeiro volume escrito em 1994 por Terry Goodkind, a série exalta a nunca manjada batalha do “Bem contra o Mal”. Conta a história de Richard Cypher, um jovem guerreiro que descobre ser o “SEEKER”, o combatente da justiça que, segundo uma profecia, exterminará todas as manifestações do mal, incluindo o perverso e tirano rei Darken Rahl. Para isso, Richard conta com a ajuda de Kahlan, uma jovem (e muito gata!) maga pertencente à ordem secreta dos “Confessores”, e do esquisito, porém divertido e sábio mago Zedd (que para muitos, é a descrição ambulante de um mago “verdadeiro” de Dungeons & Dragons). É claro, em sua Jornada, Richard deverá aprender muito sobre o seu próprio papel nessa profecia, que inclui dominar as abilidades da incrível Espada da Verdade (e que dá nome à série).
Os livros abordam o drama de Richard com uma gigantesca profundidade emocional, temperada com elementos não muito comuns, como o sexo e a violência GORE-SPLATTER (tá bom, R.R Martin também preencheu “Game of Thrones” com sexo e Gore), o que só aumenta o furor e a passionalidade dos personagens. Mas e aí, Augusto, qual o diferencial do “The Sword of Truth”?


O primeiro destaque de diferencial é o uso da razão. Diferente de outros mundos medievais, a “Nova Zelândia” de Goodkind prima pela semelhança, em muitos aspectos, aos referenciais sobre detalhes de governo, cidadania e política encontrados aqui, no nosso mundinho real. É claro, lá ainda impera uma monarquia, e em vários outros reinos se manifesta algo semelhante a um facismo esquerdista. Porém, todos os reinos são “soberanos” de alguma forma, desde que mantenham uma espécie de “humanismo universal”: não pode ter escravidão, todo mundo tem direito a segurança, todo mundo tem direito a sua individualidade, e por aí vai.
A Magia ocupa um papel superinteressante e contextual. Nesse mundo, os magos são considerados únicos, sábios e também RACIONAIS. É claro, diante da prerrogativa de que MAGIA EXISTE, ela passa a ser considerada uma força a ser medida, estudada e controlada, o que permite aos magos terem uma profunda capacidade de reflexão sobre o mundo em que vivem. Tal fato pode ser observado no que os magos chamam de REGRAS DO MAGO (vejam só que coisa super legal e ótima de analisar):
1 – Pessoas são idiotas. Eles vão acreditar em qualquer mentira ou porque QUEREM MUITO que essa mentira SEJA UMA VERDADE ou porque têm MUITO MEDO de essa mentira SEJA UMA VERDADE;
2 – O maior mal pode ser resultado das melhores intensões;
3 – A PAIXÃO governa a RAZÃO, para o melhor ou para o pior;
4 – Existe magia no perdão sincero, não apenas no perdão que você dá, mas muito mais no perdão que você recebe;
5 – Se preocupe com o que as pessoas fazem; não com o que elas dizem, porque os feitos vão trair uma mentira;
6 – O único soberano que você deve permitir que te governe é A RAZÃO;
Para aqueles que sacaram a idéia oculta por trás de tão intrigantes mandamentos, o próprio mago Zedd pormenoriza em todos os livros as reflexões sobre todos os mandamentos, permitindo que muito admirem a forma especial em que tal recurso magnífico – A RAZÃO - guia os heróis diante de desafios e horrores, o que torna a idéia central das Regras do Mago atraente para as mais profundas análises.
O Segundo destaque de diferecial são as mulheres.
Em “The Sword of Truth”, as mulheres ocupam papéis REALMENTE importantes para o desenvolvimento da história em si. São personagens fortes, que em todo o momento alteram o curso da trama. Não seria exagero dizer, que, na verdade, a série não conta com um único protagonista principal, e se com um CASAL. Sério! Kahlan, (a maga que acompanha Richard) é tão destacadamente importante ao amadurecimento heróico de Richard que ela sozinha poderia seguir adiante a série inteira. E a todo o momento, outros personagens femininos tão interessantes quanto ela surgem para dar mais “sabor” (HUMM!) e proporcionar mais reviravoltas.
A série conta apenas com o primeiro livro publicado no Brasil, com o título “A Primeira Regra do Mago”. Não existe muito interesse das editoras em publicar o restante. Mas um grupo de fãs está traduzindo o livro gratuitamente, e que ja se encontra no quinto volume! É só fuçar que você encontrará, caso não tenha condições de comprar os originais em inglês.
A Série também foi adaptada para a TV, como nome “The LEGEND OF THE SEEKER” (rendeu duas temporadas). Com a Produção de Sam Raimi (o mesmo de Hércules e Xena), possui qualidade estética agradável e otimista, mostrando um perceptível desenvolvimento de Raimi como produtor de mundos fantásticos. Claro, se tivesse sido produzida por um canal como a HBO, teria dado vazão a toda a violência e ao sexo em si, (nada que chegue aos níveis da excelente “Game of Thrones”). A história da série de TV tem lá os seus encantos, satisfazendo mais como um referencial visual do que como uma adaptação em si. É bobinha, e como toda adaptação, não expõe nem a metade da profundidade da obra original. Não veio para o Brasil, mas, com tantos sites de download de série, nada, hoje em dia, precisa “vir” Para o Brasil mesmo... Eu tou assistindo e tou curtindo.
The Sword of Truth não veio para ser a melhor. Veio pra complementar, e para expandir ainda mais a nunca suficiente gama de mundos de fantasia. Traz uma incrível jornada, com personagens profundos e muita coisa superinteressante nas entrelinhas. E para um universo de fantasia que conseguiu casar tão bem argumentos da racionalidade com magia, juntamente com uma manifestação de exaltação da feminilidade perfeitamente equilibrada, TSOT pode ser considerado, por si só, uma excelência.

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