quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Alan Moore e os Anonymous

O que o mago Alan Moore acha da utilização de sua máscara pelo grupo?
Todo mundo sabe que a máscara dos Anonymous é identica à máscara de Guy Fawkes usada pelo personagem V na história em quadrinhos V de Vingança. Mas o que o criador da HQ acha de ver sua criação sair das páginas e vir para o mundo real? Pois é, em uma entrevista ao jornal The Guardian, apesar de ele detestar dar entrevistas, abriu o bico sobre o assunto.
Alan Moore falou que em 2008 foi quando viu pela primeira vez a máscara sendo usada em protesto pelo grupo Anonymous e disse que achou que era uma forma interessante de protegerem suas identidades para evitarem serem processados pela Igreja da Cientologia e diz que eles são conhecidos por processarem geral. Mas logo ele viu que a popularidade estava aumentando cada vez mais e viu que o negócio não parava em apenas proteger suas identidades, mas também um símbolo: "Ela transforma os protestos em performances. A máscara é dramática; ela cria uma sensação de romance e drama. Manifestações, marchas, são coisas que podem ser bem cansativas, exaustivas. Desanimadoras, até. Precisam acontecer, mas isso não quer dizer que são divertidas - e deveriam ser. (...) [Com as máscaras,] parece que esse pessoal está se divertindo. E a mensagem que passam com isso é muito forte."

"Acho que quando estava escrevendo V de Vingança, lá nas profundezas do meu eu, posso ter pensado: não seria ótimo se estas ideias tivessem algum impacto? Então quando você vê essa vã fantasia entrar no mundo real... É uma coisa peculiar. Parece que um personagem que criei há 30 anos deu um jeito de escapar da ficção."
"Aquele sorriso é tão assustador", disse Moore. "Eu tentei usar a natureza enigmática do mesmo para efeito dramático. Poderíamos mostrar uma imagem do personagem de pé ali, em silêncio, com uma expressão que poderia ter sido agradável, alegre ou mais sinistros."
Como a máscara é um produto licenciado pela Warner e que vendem pra cacete, o autor diz que gosta muito da ironia. "É meio vergonhoso para uma corporação tirar lucro de protestos anti-corporativos. Não é uma coisa à qual eles gostariam de ser associados. Mas eles não são do tipo que negam dinheiro - vai contra o instinto deles. Vejo mais graça do que aborrecimento nisso."
Para conhecer um pouco do trabalho do velho barbudo de X, assista esta entrevista.
Adaptado de matéria originalmente postada no blog: Nerd Maldito

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