sábado, 26 de novembro de 2011

Neuromancer Pode virar Filme

O marco literário Neuromancer, de 1984, escrito por William Gibson pode ser transformado em filme e Bruce Willis pode estrelá-lo. 
Por Guilherme Abati
O livro venceu os mais importantes prêmios literários do mundo e é aclamado pelos fãs de ficção científica. Os rumores da adaptação do livro já circulam desde 2009, segundo o site Geek.com.br. Já naquela época, especulava-se que o filme seria rodado em 2011 – o que acabou quase acontecendo, uma vez que a produção será iniciada em 2012. Quem quer levar Willis para a adaptação cinematográfica são os produtores Peter Hoffman e Lorenzo di Bonaventura – este último, responsável por Transformers. Os agentes de Bruce Willis afirmaram que o ator no momento está lendo o roteiro. O diretor Vincent Natali está à frente da adaptação. Em 2009, especulava-se que Liv Tyler também seria chamada, mas não havia nada confirmado até o fechamento desta nota.

Adaptações de Neuromancer
Os planos para adaptar o romance para o cinema são ainda mais antigos, e a demora em fazer um filme do próprio livro levou a outras adaptações parciais. A mais conhecida é Matrix, de 1999, que dispensa apresentações. Outros três filmes também foram baseados na história que cunhou o termo “cyberespaço”: “Estranhos Prazeres”, com Ralph Fiennes, “Johnny Mnemonic” (com Keanu Reeves, que depois faria Matrix) e Juliette Lewis e “Hackers – Piratas de computador”, esse último com Angelina Jolie. Coincidentemente, os três filmes são de 1995. 

Um jogo para PC também foi lançado em 1988, publicado pela Interplay Productions. O jogo, muito bem feito e cativante, é hoje um abandonware – literalmente, software abandonado e, portanto, em domínio público. Funciona em MS-DOS e pode ser encontrado no atalho http://tinyurl.com/rxu8aj. Usuários de Windows e Linux podem usar o emulador DOSBox para rodá-lo. 
Uma graphic novel sobre o livro está disponível pelo atalho http://tinyurl.com/qplctd.


O livro
Neuromancer é uma distopia sobre um mundo sombrio dominado pela tecnologia de forma extremamente convincente, ainda que inverossímil – na época. Hoje 25 anos depois, vê-se que o mundo atual, do ponto de vista tecnológico, político e social, é muito mais parecido com o descrito no livro do que se podia imaginar em 1984. A história se passa nos Estados Unidos, em uma realidade hiper-futurista. O principal personagem é Case, um hacker que se deu mal após tentar roubar seus patrões. Depois, não consegue mais acessar a Matrix (uma rede mundial de computadores) por causa de micro-toxinas inseridas em seu cérebro. É encontrado por Molly, uma mulher que possui estranhos implantes no lugar dos olhos e que o leva para conhecer um ex-oficial das Forças Especiais que promete restaurar seu acesso à Matrix e salvar sua vida em troca do cumprimento de uma missão com objetivos obscuros. 
A aventura envolve o mundo virtual, invasões de sistemas e muitas relações de humanos com máquinas. A grande rede ficional é retratada de forma tão semelhante à web que temos hoje, tanto na apresentação como no uso, que seu projeto pode ter realmente sido influenciado pelo livro. Outros produtos atuais, como o “cyberespaço tridimensional” do Second Life, também são descritos de forma muito parecida com a vida real. 
Outro aprimoramento tecnológico que ainda não está tão próximo de ser conseguido – mas que é tecnicamente possível, se forem vencidas algumas barreiras biológicas – é a implantação de chips diretamente na cabeça através de um plug, os “microsofts”, que aumentam habilidades e conhecimentos de seus usuários. 
Outro exemplo de tecnologia do Neuromancer que pode, no futuro, ser possível, são os “constructs”: quando a pessoa morre, seria possível fazer um “upload” de seu cérebro para a Matrix/internet, tornando-o imortal – pelo menos, até a próxima deleção, ou graças a algum apagão. 

Postado originalmente no blog Radar Submarino

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