terça-feira, 15 de novembro de 2011

Frank Miller Fala Sobre Occupy Wall Street

Frank Miller atacou os manifestantes do Ocupe Wall Street que ele classificou como otários e perdedores.
O movimento “Ocupe Wall Street”, que mobiliza Nova York há quase dois meses com acampamentos e ações críticos ao sistema financeiro, acontece em mais de 2.300 cidades no mundo, incluindo São Paulo, tem sido apoiado por muita gente de Hollywood: Susan Sarandon, Michael Moore, Morgan Freeman, George Clooney, dentre outros. Não é novidade alguma que o mainstream do mundo do entretenimento nos Estados Unidos é liberal e o universo dos quadrinhos usualmente têm a fama de atrair alienados de todo tipo, gente incapaz de enxergar o mundo real.
O lema do movimento é "Injustiças perpetradas por 1% da população afetam os outros 99%: nós".
"Todo mundo tem sido muito educado a respeito dessa maluquice", escreveu o autor em seu blog. "O Occupy não é nada além de um bando de estúpidos, ladrões e estupradores, uma massa desgovernada alimentada por uma nostalgia da época de Woodstock e uma moral falsa e podre. Esses palhaços só vão prejudicar a América." O artista ainda chama os integrantes dos protestos de "crianças mimadas" que deveriam "parar de atrapalhar os trabalhadores e ir procurar emprego". "Esse não é um levante popular. Isso é lixo", diz. "Em nome da decência, voltem para casa com seus pais, seus perdedores." Ele ainda sugere que os manifestantes se alistem no Exército norte-americano. "Talvez coloque alguns de vocês em forma." Nos comentários, fãs se dividem. "Eu era seu maior fã. Agora você morreu pra mim", diz um deles.
As declarações de Miller chocaram os fãs devido, tanto ao histórico pessoal como profissional do artista.

Frank Miller  é o quinto de sete irmãos. Filho de uma enfermeira e um carpinteiro, foi criado em Montpelier, Vermont.
Começou a desenhar muito jovem, colaborando para muitos fanzines. Passou a trabalhar como freelancer para diversas editoras, Como a DC e a Marvel. Na última, passou a chamar atenção por duas edições do "Incrivel Homem-Aranha", que chocou os fãs do aracnídeo ao mostrar um Justiceiro com capacidade de antecipar os movimentos do herói (até então tidos como imprevisíveis) e que não o assassinou apenas por se convencer de que o mesmo não era um criminoso (nessa cena ele desenha o Homem-Aranha de forma que aparentasse ser mais um adolescente tolo saltitante qualquer). 
Ganhou o posto de desenhista regular nas histórias do Demolidor onde logo assumiu também o papel de roteirista. Em colaboração com o arte-finalista Klaus Janson, Miller atraiu um número crescente de fãs, foi aclamado pela crítica e conseguiu o respeito da indústria de quadrinhos. Durante seu trabalho no Demolidor, Miller criou a coadjuvante ninja assassina Elektra. "A Queda de Murdock", considerada pelos críticos a melhor história do Demolidor. Na saga, Miller transportou Matt Murdock para um mundo realista, repleto de gângsters, prostitutas, assassinos profissionais e diversos elementos assustadores do submundo. O sucesso foi tão estrondoso que seus sucessores nunca mais desviaram o famoso personagem desta linha iniciada por Miller. Também redefiniu um dos principais vilões das histórias do Demolidor, o Rei do Crime, tornando-o mais inteligente, estrategista e sombrio, que se escondia por trás do disfarce de um empresário rico e honesto, enquanto controlava e chantageava políticos, policiais, jornalistas e militares. 
Em 1982, desenhou a mini-série Wolverine, escrita por Chris Claremont. 
Em 1993, ele escreveu a mini-série "Demolidor: o homem sem medo", desenhada por John Romita Jr. contando a origem do Demolidor em um estilo mais cinematográfico e realista. Frank também é conhecido por produzir trabalhos na categoria propriedade-do-autor. "Ronin", uma história samurai de ficção científica foi a primeira de inúmeras parcerias com sua ex-esposa Lynn Varley (divorciaram-se em 2005). Miller se reveza entre retomar (e redefinir) ícones bem conhecidos como Batman e o Demolidor e criar obras como "Give Me Liberty" com Dave Gibbons e "Hard Boiled" com Geoff Darrow. Sin City é seu primeiro trabalho totalmente solo, uma série de histórias sobre o crime feitas em preto e branco publicadas pela Dark Horse Comics.
O trabalho mais conhecido de Miller, dentro e fora da indústria de quadrinhos, é "The Dark Knight Returns", um conto sombrio de Batman situado em um futuro próximo. Mostrava Batman como um vigilante violento e de certo modo sem escrúpulos. O trabalho redefiniu o perfil psicológico de alguns vilões clássicos: Coringa e Duas-Caras, e acabou para sempre com a amizade cordial com o Super-Homem, mostrando-o como um personagem reacionário e distante. A interpretação de Miller dominou o personagem por quase duas décadas, influenciando a versão cinematográfica de Tim Burton em 1989 e graphic novels como A Piada Mortal de Alan Moore e "Arkham Asylum" de Grant Morrison.
Nos anos recentes tem desenvolvido atividades junto a cineastas de renome tais como Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, do qual resultou o filme Sin City; e 300, ambos cópias fiéis de obras em quadrinhos.

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