
O computador roda um novo sistema operacional, o Chrome OS. Baseado na computação em nuvem, o aguardado Chrome OS preserva documentos, arquivos e configurações na rede mundial de computadores e também sincroniza favoritos, extensões e aplicativos. Tudo muito interessante - mas isso era o que se podia esperar do sistema operacional do Google.
O que intrigou parte da imprensa especializada foi um detalhe do laptop
: sumiu o "Caps Lock", a tecla que trava e destrava o modo maiúsculo de texto. Em seu lugar, apareceu um botão que funciona como um atalho para buscas, a "Search Key".
"Esperamos que isso melhore a qualidade dos comentários na web", disse Sundar Pichai, o gerente-líder de produto para o Chrome, durante a apresentação do Cr-48. Pichai faz referência a certa regra da etiqueta on-line, pela qual usar o "Caps Lock" equivale a berrar. Foi o que descobriu a apresentadora Xuxa Meneghel, em sua breve passagem pelo Twitter, antes de se indispor com outros usuários: "EU NÃO ESTOU GRITANDO, NEM QUERO SER MAL EDUCADA, GALERA", postou. "É O MEU JEITINHO!".
O recurso da tecla "Caps Lock" é um resquício das antigas máquinas de escrever. Em muitas delas, alternar entre maiúsculas e minúsculas era a única maneira de enfatizar um determinado trecho do texto. A limitação continuou nos primeiros computadores, que funcionavam com uma única fonte tipográfica, um mesmo tamanho e sem opção de cor, negrito ou itálico. No início dos anos 80, a americana IBM introduziu o "Caps Lock" em um de seus PCs, em função da popularidade do recurso no meio empresarial, e a tecla chegou a sua posição atual.
Alguns usuários não se conformam e fazem campanhas contra a tecla. A organização belga CAPSoff.org e a sueca AnticAPSLOCK.com apontam que o botão já perdeu utilidade e continua ocupando uma posição nobre do teclado - à esquerda da letra A, em geral. Argumentam que o uso mais comum do "Caps Lock" é acidental, o que obriga o usuário a reformatar o texto ou repetir a digitação.
Mas também existem as campanhas em defesa do "Caps Lock". Aqueles que entraram no Twitter em 22 de outubro se depararam com diversas mensagens em caixa alta comemorando o Caps Lock Day. Para estes, o Google está dificultando a vida de quem segue outra regra de etiqueta, estreitando as opções do usuário, padronizando a comunicação e, de quebra, promovendo descaradamente o seu próprio negócio de buscas, já que a função desta "Search Key" se resume a abrir um nova aba do navegador, o que hoje, para usuários do Windows, pode ser feito por meio da combinação de teclas CTRL + T.
Em meio à polêmica, veio a público um irônico manual do Cr-48 Chrome. Ele garante vida longa ao "Caps Lock", mas aproveita para alfinetar seus adeptos: "Se você realmente precisa da tecla 'Caps Lock' para postar um COMENTÁRIO PERSPICAZ NO YOUTUBE, clique na chave de fenda, depois em Configurações, selecione a opção Sistema...".
O que intrigou parte da imprensa especializada foi um detalhe do laptop
: sumiu o "Caps Lock", a tecla que trava e destrava o modo maiúsculo de texto. Em seu lugar, apareceu um botão que funciona como um atalho para buscas, a "Search Key".
"Esperamos que isso melhore a qualidade dos comentários na web", disse Sundar Pichai, o gerente-líder de produto para o Chrome, durante a apresentação do Cr-48. Pichai faz referência a certa regra da etiqueta on-line, pela qual usar o "Caps Lock" equivale a berrar. Foi o que descobriu a apresentadora Xuxa Meneghel, em sua breve passagem pelo Twitter, antes de se indispor com outros usuários: "EU NÃO ESTOU GRITANDO, NEM QUERO SER MAL EDUCADA, GALERA", postou. "É O MEU JEITINHO!".
O recurso da tecla "Caps Lock" é um resquício das antigas máquinas de escrever. Em muitas delas, alternar entre maiúsculas e minúsculas era a única maneira de enfatizar um determinado trecho do texto. A limitação continuou nos primeiros computadores, que funcionavam com uma única fonte tipográfica, um mesmo tamanho e sem opção de cor, negrito ou itálico. No início dos anos 80, a americana IBM introduziu o "Caps Lock" em um de seus PCs, em função da popularidade do recurso no meio empresarial, e a tecla chegou a sua posição atual.

Mas também existem as campanhas em defesa do "Caps Lock". Aqueles que entraram no Twitter em 22 de outubro se depararam com diversas mensagens em caixa alta comemorando o Caps Lock Day. Para estes, o Google está dificultando a vida de quem segue outra regra de etiqueta, estreitando as opções do usuário, padronizando a comunicação e, de quebra, promovendo descaradamente o seu próprio negócio de buscas, já que a função desta "Search Key" se resume a abrir um nova aba do navegador, o que hoje, para usuários do Windows, pode ser feito por meio da combinação de teclas CTRL + T.
Em meio à polêmica, veio a público um irônico manual do Cr-48 Chrome. Ele garante vida longa ao "Caps Lock", mas aproveita para alfinetar seus adeptos: "Se você realmente precisa da tecla 'Caps Lock' para postar um COMENTÁRIO PERSPICAZ NO YOUTUBE, clique na chave de fenda, depois em Configurações, selecione a opção Sistema...".

Publicado originalmente no site da revista Veja
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