sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Como entender Israel em 60 dias ou menos... em quadrinhos

Fundado após a Segunda Guerra Mundial, Israel tem pouco mais de 20 mil quilômetros quadrados no Oriente Médio, que já passaram por muita coisa nesses últimos 60 anos, principalmente disputas armadas e sangrentas para decidir de quem é o território.
Sarah Glidden é uma judia nascida em Boston que viajou para Israel como parte do programa Birthright – um fundo do governo que patrocina viagens de judeus de todo o mundo para visitar a terra prometida de seu povo. Ela não é nem um pouco alienada quanto à situação de Israel – parte do pessoal que vai com ela é – e tem algumas opiniões bem fortes quanto à situação dos palestinos e dos muçulmanos.
Glidden resolveu transformar seus pouco menos de 60 dias em Israel em HQ. É este relato autobiográfico, batizado How to Understand Israel in 60 Days or Less, de desenhos bastante simples a nanquim, pintados com aquarela, que a DC/Vertigo publicou recentemente nos EUA como graphic novel, atraindo grande atenção. Primeiro, da mídia especializada, pois a HQ não tem “cara de Vertigo” e mostra uma diversificação da linha tentando aproveitar o mercado de quadrinhos autobiográficos. Por outro, da mídia mainstream, que ainda não se acostumou com quadrinhos que lidam com temas sérios.
O trabalho de Glidden, porém, não é sério
como, digamos, o de Joe Sacco. Ela não é jornalista e não tem intenção de fazer um relato informativo e equilibrado sobre o que vê. Mas How to Understand Israel in 60 Days or Less interessa principalmente por mostrar a visão de uma pessoa comum conhecendo (e derrubando mitos sobre) aquele país complicado. Em entrevistas, a autora diz inclusive que se desenhou da forma mais estilizada possível para que qualquer rosto possa caber no seu (ela é discípula de Scott McCloud, que defende essa teoria em Desvendando os Quadrinhos).
A dúvida que passa ao longo do livro é se ele vai cair para o lado “eu era do contra, mas consegui ver o lado bom de Israel” ou para o lado “propaganda pró-Palestina”. Sabe-se que os EUA são grandes apoiadores do governo judeu, o que torna a primeira opção provável. Por outro lado, a mobilização anti-israelense já está virando clichê na cultura pop.

Publicado originalmente no site Omelete

Um comentário:

  1. nooossa meu " clichê na cultura pop.", viajou total, clichê são as histórias dos vingadores

    ResponderExcluir