terça-feira, 15 de junho de 2010

Editoras Japonesas e Americanas se Unem Contra a Pirataria de Mangás

Quando a Shonen Jump (a maior revista de
quadrinhos do Japão) sai nas bancas todo domingo (a edição semanal), uma corrida começa na internet entre os chamados scanlators para traduzir o material da revista. O tempo é um fator determinante nessa geração atual de tradutores que já foi apelidada pelo Inside Scanlation de Geração Jump. Isso porque títulos da editora como Naruto, Bleach e One Piece são famosos no mundo inteiro tornando-se os preferidos para a maioria dos tradutores. Quanto mais rápido esses títulos principais forem traduzidos, maior será a visitação dos sites dos scanlators, que se mostram indiferentes da qualidade do material final, o objetivo deles é conseguir acessos, e não estamos falando de algumas centenas ou milhares de visitantes por dia, falamos de acesso em escala mundial com grupos que parecem verdadeiras empresas.
Semana passada 36 editoras americanas e japonesas anunciaram a sua união contra a pirataria combatendo mais exatamente os grandes agregadores de scans, sites que possuem uma quantidade imensa de títulos vindos de diversos grupos de tradução diferentes.
O combate contra os scans foi muito discutido quando a dois meses atrás a Weekly Shonen Jump da editora Shueisha (uma das 36 editoras) fez um pedido em seu editorial que os leitores parem de contribuir com material pirata porque é ruim para o mangaká que lucra com suas criações. Misteriosamente após o pedido, grandes sites que distribuem os scans ainda não traduzidos (arquivos de qualidades variáveis mais conhecidos como Raw) passaram a não mais distribuir esse material. Um deles chegou a fechar, redirecionando seu link para a página da editora Shueisha.
Coincidência ou não, na mesma época alguns agregadores famosos por disponibilizar mangás japoneses traduzidos de forma totalmente online (outra moda comum dessa nova geração de scanlators para aumentar a velocidade de acesso aos capítulos ) como o One Manga e o Manga Fox, foram notificados pelo Google Adsense por possuir conteúdo pornográfico e proibido pelas leis americanas poucos dias depois. A alegação era a presença de vários mangás tachados com a categoria "maduro" contendo homossexualismo e cenas de sexo e abuso com menores. Lembrando que se a renda desses sites vem da publicidade, ter a conta cancelada desestimula o seu trabalho. E mais, se o Google está fazendo vista grossa agora e antes isso não era feito, alguém andou reclamando com a empresa...
Já foi a época em que todos os grupos especializados em scans eram apenas fãs interessados em divulgar o trabalho de seus autores prediletos. Lembro da época quando um mangá era licenciado no país do scanlator e ele parava automáticamente com seu trabalho. Seu público já seria capaz de ter o previlégio de ler seu autor de forma legal, então a idéia de "divulgação" já era desnecessária. Não se vê hoje tal iniciativa e a ausência dessa atitude é uma das principais alegações - mesmo daqueles que defendiam o quanto os scanlators ajudaram a divulgar os mangas pelo mundo - de que as coisas andam passando um pouco do limite.




Publicado originalmente no site: Ambrósia

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