domingo, 14 de agosto de 2011

MTV Americana Completa 30 anos

A crise dos 30 bateu na TV que já foi sinônimo de modernidade e inovação. 
 Por Carlos Messias
A emissora norte-americana comemorou, no início deste mês, três décadas de atuação, cada vez com menos música e mais reality shows. De início, foi um canal em que artistas lançavam moda. Em 1983, o grupo Kiss deixou para aparecer pela primeira vez sem maquiagem na emissora; no ano seguinte, o cantor Michael Jackson causou sensação com a estreia do videoclipe de "Thriller". Criou formatos de sucesso como o "Unplugged", que até hoje alavanca as vendas de discos, e animações que marcaram por serem politicamente (e deliciosamente) incorretas -"Beavis and Butt-Head" é o melhor exemplo. 
O primeiro videoclipe exibido na MTV foi "Video Killed the Radio Star", da banda The Buggles:

Com o tempo, perdeu espaço para o YouTube, para as redes sociais, enfim, para a internet. Teve de se reinventar para tentar encontrar um novo público, bem menos interessado em música. Já suas filiais pelo mundo se desvencilharam da nave-mãe e passaram a adotar modelos independentes. "A MTV americana era uma mãe, mas agora está cada vez mais americana. As MTVs internacionais mal se relacionam com a matriz", diz Zico Góes, diretor de programação da MTV Brasil. "Lá fora tem muito reality show --alguns bem cafonas, como o 'Jersey Shore'-- e programas comportamentais. É uma grade que não serve para o público do Brasil." Ele afirma que aqui ainda há 70% da programação com clipes musicais, embora poucos deles no horário nobre, e reforça que as comédias funcionaram tão bem que agora devem ganhar "filhos". "Vejo uma maturidade dos humorísticos. Para o futuro, vamos investir na evolução dos títulos que temos. Queremos que o 'Comédia MTV' vire um 'Saturday Night Live'", define, se referindo ao veterano programa de onde saíram Jim Belushi, Dan Aykroyd e, mais recentemente, Tina Fey e Seth Meyers. 

"Também achamos que temos gente boa e repertório suficiente para ser desdobrados em outros programas." Essa movimentação já começa agora. O "Furo MTV" vai ser gravado em Londres para falar de Olimpíada. Na 17ª edição, o Video Music Brasil (VMB) vai ser reformulado -mais uma vez. Marcado para outubro, em São Paulo, ocupará três estúdios simultaneamente. "A mesma música vai ser tocada em lugares diferentes, e a plateia poderá circular entre os palcos. Mas a proposta é bem diferente daquilo que a MTV gringa tem feito", diz Góes. 
Em comum entre as duas emissoras, está um resgate de apresentadores das antigas e de coisas que deram certo --como o "Beavis", que ganha novos episódios nos EUA e será exibido também no Brasil. "Há pontos de contato, mas comungamos menos editorialmente", finaliza Góes. 


Top 10 Vídeos revolucionários, polêmicos e inesquecíveis que marcaram época 


"A Hard Day’s Night" - Beatles (1964*) Feito no auge da beatlemania, esse filme mostra um dia típico na vida da banda - que consistia, basicamente, em fugir de fãs ensandecidas. É uma obra marcante na história da música pop e seus números musicais, adicionados à trama amalucada, são considerados os precursores dos videoclipes 
"Bohemian Rhapsody" - Queen (1975) Destaque da fase pré-MTV, esse clipe que hoje parece antiquado é considerado um dos primeiros a exibir com eficiência as qualidades de uma música. É claro que a grandiloqüente Bohemian Rhapsody ajudou bastante, pois reúne numa só canção três estilos de composição: ópera, música clássica e heavy metal 
"Ashes to Ashes" - David Bowie (1980) O vídeo parecia uma ficção científica esquisita, mostrando o cantor David Bowie, vestido como Pierrô, passeando na praia e depois numa cela de hospício acolchoada. "Ashes to Ashes" ditou o estilo dos clipes nos anos 80 
"Whip It" - Devo (1980) Um dos primeiros grandes sucessos da MTV americana. A banda tocava no que parecia uma bucólica fazenda, mas não demorava muito e o nonsense tomava conta: os integrantes do Devo usavam chapéus esquisitos e um chicote implacável entrava em cena para rasgar a roupa de donzelas 
"Rio" - Duran Duran (1982) Filmado numa praia do Caribe, é a obra-prima que resume a "estética videoclipe" dos anos 80. Havia de tudo um pouco: modelos com os corpos pintados, o vocalista Simon Le Bon cavalgando na praia, tecidos esvoaçantes e um barco a vela singrando o mar a toda velocidade 
"Thriller" - Michael Jackson (1983) Foi o início das superproduções. O clipe teve um diretor de sucesso - John Landis, de Um Lobisomem Americano em Londres (1981) -, um maquiador premiado com um Oscar (Rick Baker) e a narração do astro dos filmes de terror, Vincent Price. Nos 14 minutos do clipe, Michael Jackson e sua namorada eram atacados por zumbis
Sledgehammer" - Peter Gabriel (1986) Revolucionário, causou grande impacto por sua ousadia e inventividade. O clipe usava técnicas de animação para mostrar, por exemplo, trens circulando ao redor da cabeça do cantor. Após "Sledgehammer", vários clipes deixaram de ser só ferramentas de marketing para se transformarem em formas de arte 
"Freedom’90" - George Michael (1990) No início da década das supermodelos, George Michael conseguiu reunir as quatro mulheres mais lindas e poderosas das passarelas: Cindy Crawford, Linda Evangelista, Naomi Campbell e Christy Turlington. O clipe foi dirigido por David Fincher, que faria o filme Clube da Luta, em 1999 
"Justify My Love" - Madonna (1990) Marcou época pela polêmica. A cantora Madonna abusou (no bom sentido!) do erotismo. Espartilho, cinta-liga, calcinha de renda preta e outros acessórios picantes dividiam a cena com uma porção de figurantes que exalavam luxúria. O vídeo acabou sendo censurado pela MTV americana 
"Smells Like Teen Spirit" - Nirvana (1991) O primeiro grande sucesso do Nirvana teve um clipe à altura da banda grunge mais importante. Kurt Cobain cantava diante de uma platéia comportada, que aos poucos passava a dançar com entusiasmo. O curioso é que a bagunça genuína não estava prevista: ela foi filmada após o diretor do clipe perder o controle dos ânimos da galera


Fontes: Site da Folha e Mundo Estranho

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