O filme recém-lançado é uma homenagem tragicômica aos inúmeros fracassos do rock'n'roll.
Killing Bono, que terá uma sessão de gala em Londres hoje, segunda-feira 28 de março e chegará aos cinemas na próxima sexta, é baseado no livro de memórias de Neil McCormick, com o mesmo título, que contando a história verídica de dois irmãos que começaram como amigos e rivais do U2 mas acabaram na lata de lixo da história musical.
Diferentemente do que mostra o filme, por exemplo, McCormick nunca chegou a apontar uma arma para seu amigo de escola e também inimigo Bono, embora boa parte de sua juventude tenha sido consumida com uma obsessão pouco saudável com o sucesso estrondoso do U2 e seu próprio fracasso como cantor.
"O roteiro tomou todas as liberdades que quis com o livro", disse McCormick, crítico de rock do jornal Daily Telegraph, falando com a Reuters. "O início é bastante semelhante ao início do meu livro, mas depois o filme se lança em sua versão própria, numa espécie de universo paralelo."
Outra história fictícia do filme, dirigido por Nick Hamm, é a de que Neil teria ocultado o fato de que o U2 tinha pedido a seu irmão Ivan, colega de banda de Neil, para entrar para a banda (U2), o que Neil teria feito por sentir certeza de que seu próprio grupo, Shook Up!, acabaria por superar a banda rival.
McCormick disse que é menos dogmático que seu personagem no filme, mas que o ator Ben Barnes -- conhecido principalmente pelo papel principal que representa em "Príncipe Caspian", da série Crônicas de Nárnia -- capta algumas características chaves que contribuíram para seu fracasso como músico.
"Nos anos 1980, cantei vitória antes da hora, e no fim não houve vitória alguma", disse McCormick.
"Meti os pés pelas mãos. Cometemos muitos erros, e eu era movido pelo tipo de ambição que conduz a erros."
De acordo com o filme, um desses erros foi rejeitar a ajuda oferecida por Bono nos primórdios do U2 e acreditar demais em executivos musicais desonestos.
Além de tratar de falhas pessoais e fracasso profissionais, "Killing Bono", segundo McCormick, tem um recado mais amplo a transmitir.
"Na realidade, o livro mostra como é difícil atuar no ramo da música", explicou. "A diferença entre nós e o U2 foi de mais ou menos 10 por cento, e esse 10 por cento foi a sorte."
Membros do U2 assistiram ao filme e, embora não tenham confirmado sua precisão, uma fonte próxima da banda disse que os membros do grupo gostaram da comédia e apreciaram o retrato que ela faz de seus primórdios em Dublin nos anos 1970.
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