A cada ano, cinco mangás são indicados ao Will Eisner Awards na categoria: "Melhor Edição Americana de Publicação Internacional Asiática". Em 2011, além destes indicados, vários outros foram selecionados em outras categorias. Como os juízes do Eisner judges, normalmente tem bom gosto, estas indicações dão ótimas sugestões de leitura, principalmente para novatos.
Ayako, de Osamu Tezuka
Tezuka conseguia escrever histórias simples com a mesma facilidade que criava dramas profundos; esta obra se encaixa na segunda categoria e é umas de suas últimas obras.
Ayako conta a estória da problemática família Tenge logo após o Japão ter sido derrotado na Segunda Guerra Mundial. O patriarca utiliza a herança da família como material de chantagem para manter o filho mais velho sob sua autoridade e conseguir favores sexuais de sua nora. O filho do meio é um soldado que voltou da guerra e agora trabalha como espião para os americanos. Ayako, a filha caçula, começa a se envolver com o movimento trabalhista japonês e, para complicar ainda mais a situação descobre a relação de seu pai com sua cunhada. Como conseqüência é trancada pelo pai e pelo irmão mais velho por doze anos no porão da casa.
A arte de Tezuka é perfeita, equilibrando momentos de realismo com numerosas cenas de influência barroca.
Bunny Drop de Yumi Unita
Este mangá é pura diversão. Praticamente um sitcom. A ideia inicial não é nem um pouco original: Daikichi Kawachi, um solteirão atrapalhado vê-se obrigado a tomar conta de uma garotinha de seis anos. Não é uma das melhores premissas, mas acaba sendo muito bem aproveitada graças ao talento de Unita. Os personagens são sólidos, realistas e vemos seus relacionamentos se aprofundarem enquanto um mistério ronda o pano de fundo.
O estilo linear e simples de Unita faz com que a linguagem do título seja acessível mesmo a quem não é fã de mangás. Bunny Drop segue a já consagrada fórmula Aprendendo-A-Ser-Uma-Família mas se nega a passar perto de qualquer outroi grande cliché, adotando, ao invés disso, uma história rica em nuances que tem como tema principal o desenvolver de relacionamentos.
A Drunken Dream and Other Stories, de Moto Hagio:
O mangá é, na verdade, uma compilação de 10 histórias pequenas, que surpreendem graças a sua variação de profundidade indo do extremamente simples até o mais complexo drama existencial, tudo isso unido ao belíssimo trabalho de arte de Hagio. O público alvo são meninas e adolescentes, o que faz com algumas histórias beirem o banal: em "The Willow Tree," a árvore é o espírito de uma mãe morta, que continua vendo a sua filha crescer. Mas não só de água com açúcar vive A Drunken Dream and Other Stories. Algumas tramas são complexas e envolventes como em "Iguana Girl," na qual uma mãe é convencida de que sua filha é, na verdade, uma iguana. Segundo Christopher Mautner : "As duas melhores histórias — ”Iguana Girl” e “Hanshin: Half God” — estão aptas a são capazes de transmitir a sensação de perda e saudade, moderando-los com um pouco de comédia e profunda simpatia e compreensão dos seus protagonistas. São essas histórias que deixam claro como e porque Hagio alcançou a reputação e sucesso de crítica que possui hoje em dia."
House of Five Leaves, de Natsume Ono:
Akitsu é um samurai sem mestre, e suas chances de ser bem sucedido parecem poucas, já que ele não é "intimidador o suficiente", apesar de ser um bom guerreiro. Então um homem chamado Yaichi oferece a Akitsu um trabalho, que ele prontamente aceita, sem levar em conta os ricos e consequencias, até que ele se vê trabalhando para uma gangue fora da lei. House of Five Leaves tem bem mais intriga e consideravelmente menos sangue do que o seu Mangá-de-Samurai padrão.
Segundo Lissa Pattillo, o primeiro volume é "melhor aproveitado se lido com uma xícara de chá num dia chuvoso. É legal, com linguagem simples e uma atmosfera melancólica na medida certa pra nao te deixar pra baixo."Akitsu é um samurai sem mestre, e suas chances de ser bem sucedido parecem poucas, já que ele não é "intimidador o suficiente", apesar de ser um bom guerreiro. Então um homem chamado Yaichi oferece a Akitsu um trabalho, que ele prontamente aceita, sem levar em conta os ricos e consequencias, até que ele se vê trabalhando para uma gangue fora da lei. House of Five Leaves tem bem mais intriga e consideravelmente menos sangue do que o seu Mangá-de-Samurai padrão.
Segundo Lissa Pattillo, o primeiro volume é "melhor aproveitado se lido com uma xícara de chá num dia chuvoso. É legal, com linguagem simples e uma atmosfera melancólica na medida certa pra nao te deixar pra baixo."
Korea as Viewed by 12 Creators:
Esse livro, que foi indicado para nada menos que a categoria de Melhor Antologia.
Dentre seus vizinhos (Japão e China), a Coréia foi, até um passado recente um país isolado. Mas, com o grande desenvolvimento tecnológico e econômico das últimas décadas o país tem despertado a curiosidade dos leitores do mundo. esta obra tenta suprir um pouco desta demanda através de doze trabalhos que dão um pequeno panorama do pais. Metade das obras são trabalhos de estrangeiros e o resto obras de autores locais, incluindo o premiado Park Heung-yong.
O grande problema de coletâneas e diferença de qualidade dos trabalhos. Para os leitores do inglês Greg McElhatton fez uma ótima resenha de cada trabalho individualmente.
7 Billion Needles, de Nobuaki Tadano:
Mangá baseado no conto de ficção científica Needle, de Hal Clement. Também concorre ao Eisner de melhor adaptação.
Tadano manteve a premissa básica de Clement - detetive simbionte alienígena em um hospedeiro humano caçando um inimigo cósmico, o Maelstrom. O hospedeiro, no manga, é a garota rebelde Hikaru.
Nobuaki faz uma reinvenção da história, transportando-a para tempos atuais e investindo em uma abordagem mais contida, sem abusar da ação e dando a ela uma carga psicológica em cima da sua protagonista. A adaptação ficou uma mistura de ficção científica hard com um mangá escolar adolescente.
Outra mudança no enrredo e a mudanla de foco, que sai da ficção científica para o terror.
20th Century Boys, de Naoki Urasawa:
O ganhador do Eisner desta categoria, além de ter sido indicada para várias outras.
Trata-se de uma densa e bem desenhada história de suspensa com uma boa dose de coração para completar. A premissa: Um culto sombrio está reencenando as brincadeiras da infância de um grupo de meninos, e um desses meninos, chamado Kenji (agora com 30 anos) é o único com o conhecimento e a força de vontade necessária para parar os planos apocalípticos da seita - e mais uma vez salvar o mundo, exatamente como fazia, em sua imaginação, com seus amigos quando tinham 10 anos.
Um cenário bem escrito, com várias camadas e subtramas, que trabalham muito bem com a arte expressiva e marcante de Urasawa.
Segundo a crítica americana Kate Dacey: "A chave para o sucesso de Urasawa? Um enredo forte, mais personagens vívidos e um grande senso de próposito, reafirmando ao leitor que todos os fios da trama são isso: fios, não pontas soltas."
Fonte: MTV Geek
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